Regina Echeverria é uma jornalista e escritora brasileira Especializada em biografias.

Por Geraldo Mayrink

Regina Echeverria nasceu em São Paulo, na fronteira entre a Liberdade e o Bixiga, em dia histórico: 6 de agosto, quando, a 20.000 quilômetros dali, seis anos antes, explodiu sobre Hiroxima a primeira bomba atômica. Ela não sabia que era filha da geração da primeira guerra dos tempos modernos quando fez o primário em colégio de freiras, cantou num conjunto de rock’n’roll no tempo da Jovem Guarda, pulou de 1.000 metros de altura como pára-quedista, estudou Comunicações na Fundação Álvares Penteado e foi trabalhar em O Estado de S. Paulo, pegando a única vaga que havia, a de repórter na seção esportiva.

Não tinha idéia de quantos jogadores ficavam de cada lado da quadra de basquete (gostava mais de vôlei), o que não a impediu de passar para o Jornal da Tarde, na mesma função, mas talvez tenha influído decisivamente para que se mudasse para o setor de variedades do JT. Lá está escrito: em dezembro de 1975, publicou matéria sobre o show Falso Brilhante, seu primeiro contato com a xará Elis Regina. Assim se passaram dez anos. Nesse tempo, uma Regina se consolidou como a melhor cantora e a outra Regina como a mais atirada, aplicada e generosa jornalista da nossa música popular, que acompanhou nas páginas de Veja (entre 1976 e 1981), Isto É (de 1981 a 1983) e nas imagens da Abril Vídeo, na TV Gazeta de São Paulo.

Também está escrito: e que o digam Raimundo Fagner, ao qual ela dedicou seis páginas na Veja; Roberto Carlos, a quem encurralou no hotel Copacabana Palace, no Rio, hospedando-se com mala e determinação na porta do quarto dele, para conseguir uma entrevista; ou Geraldo Vandré, cujo mutismo ela quebrou pela primeira vez em muitos anos durante um show em Puerto Stroessner, no Paraguai. “Regina, a jornalista, tentou ainda passar para o outro lado do muro — trabalhando na gravadora WEA —, mas quando Regina, a artista, partiu num rabo de foguete, numa madrugada de janeiro de 1982, as duas se encontram numa sala da Rua da Consolação, onde na época funcionava a revista Isto É. Dali saíram doze páginas com a mais emocionada, competente e digna biografia da cantora, que passaram a fazer parte, também, da biografia da jornalista. As duas nunca mais se deixaram.

Quase quatro anos depois, saiu em livro a história dessa relação amorosa, que é, acima de tudo, um raro testemunho de persistência profissional da nossa imprensa. Echeverria fez seu trabalho sobre Elis por conta e risco, arriscando seu tempo livre enquanto trabalhava na TV, voltando temporariamente ao jornalismo esportivo — na revista Placar—, para finalmente conseguir cinco meses dedicados integralmente à redação deste livro, em 1985. Nesse mesmo ano trabalhou como repórter da Folha de S.Paulo, onde seria identificada como Echeverria, 42, embora todos que a conhecem saibam que ela tem hoje 58 anos, é mãe de Rodrigo, de 31 e avó de Luiza, 4.

Em 1986, de volta ao O Estado de S.Paulo, continuou de olho na música popular e nos movimentos culturais no lançamento do Caderno 2, cujo número 1 traz matéria com Caetano Veloso e Chico Buarque em sua primeira página, assinada por Regina. Voltaria ao Caderno 2 em 1989, seguindo sua obstinada paixão pela reportagem. Voou, também, pelas asas da revista Ícaro para São Francisco, Sevilha, Curaçao, Montevidéu e muito Brasil, devoção confessa, antes de fazer parte da equipe da revista CARAS, onde hoje trabalhou como repórter especial da fundão da revista até 1998. Em televisão, dirigiu os programas Mulheres do Brasil
(TV Bandeirantes), A Casa é Sua e TV Fama (Rede TV) e Dois a Um, com Mônica
Waldvogel (SBT).

Em 1997 lançou o livro Só as Mães São Felizes, em que Lucinha Araújo, mãe do cantor Cazuza, conta a história de vida, da carreira e da doença do filho único. Dois anos depois, ainda em parceria com Lucinha Araújo, lançou o livro Preciso Dizer que te Amo, uma análise e documentação de toda a obra do cantor e compositor. Em 2002, aceitou o desafio da editora baiana Corrupio e, em parceria com a pesquisadora Cida Nóbrega lançou o livro Um Retrato em Preto e Branco, biografia do fotógrafo e etnólogo Pierre Verger. De 2001 a 2003 foi editora de A Revista, publicação da Gráfica Takano, revista de circulação dirigida, que já recebeu dois prêmios internacionais de design. Com a mesma parceria de Cida Nóbrega, lançou a biografia de Mãe Menininha, a ialorixá do terreiro do Gantois na Bahia. Em 2006, lançou a biografia Gonzaguinha e Gonzagão, uma História Brasileira.

E, em 2010, lançará em outubro a biografia do ex-presidente José Sarney.

Em televisão trabalhou na Abril Vídeo, TV Bandeirantes, RedeTV! e SBT. Especializou-se em perfis de personalidades da música e cultura brasileira, publicando diversos livros em toda
sua carreira.

Obras

           Furacão Elis (1985)
           Cazuza, só as mães são felizes (1997)
           Cazuza, preciso dizer que te amo (2001)
           Pierre Verger, um retrato em preto e branco (2002)
*
           Furacão Elis (2006)
           Gonzaguinha e Gonzagão, uma história brasileira (2006)
           Mãe Menininha do Gantois, uma biografia (2007)
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* Com Cida Nóbrega

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Regina Echeverria - Uma biógrafa do Brasil - www.reginaecheverria.com.br - re.echeverria@uol.com.br
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